Inti: Revista de literatura hispánica Volume 1 | Number 48 Article 3 1998 Traición e identidad en Malinche de Rosario Castellanos Ivette N. Hernánadez Citas recomendadas Hernánadez, Ivette N. (Otoño 1998) "Traición e identidad en Malinche de Rosario Castellanos," Inti: Revista de literatura hispánica: No. 48, Article 3. Available at: http://digitalcommons.providence.edu/inti/vol1/iss48/3 This Estudio is brought to you for free and open access by DigitalCommons@Providence. It has been accepted for inclusion in Inti: Revista de literatura hispánica by an authorized administrator of DigitalCommons@Providence. For more information, please contact [email protected]. TRAICION E IDENTIDAD EN MALINCHE DE ROSARIO CASTELLANOS Ivette N. Hernández University of California, Irvine La ú l t i m a e s t r o f a del p o e m a t i t u l a d o " T r a d u t t o r e , t r a d i t o r i " d e J o s é E m i l i o P a c h e c o ( T a r d e o temprano, 158-159) resume una de las tantas c o n s e c u e n c i a s del p a p e l c r u c i a l q u e j u e g a n l o s i n t é r p r e t e s J e r ó n i m o d e A g u i l a r y M a l i n c h e d u r a n t e la c o n q u i s t a : " A e s t o s t r a d u c t o r e s / d e b e m o s e n g r a n p a r t e el m e s t i z a j e / la c o n q u i s t a y c o l o n i a / y e s t e e n r e d o / l l a m a d o M é x i c o " . 1 L a i n t e r v e n c i ó n d e los i n t é r p r e t e s v i e n e a s u b r a y a r e n l o s v e r s o s l a i m p o r t a n c i a d e l u s o d e l l e n g u a j e , s u f u e r z a f u n d a c i o n a l y, m á s c o n c r e t a m e n t e , l a e s t r e c h a r e l a c i ó n e n t r e p o d e r y p a l a b r a s . L o q u e se d e b e a l o s l l a m a d o s t r a d u c t o r e s v a m á s allá del u s o d e l l e n g u a j e , p o r q u e el p r o d u c t o f i n a l d e su e j e r c i c i o es la p o s i b i l i d a d d e la c o n s t r u c c i ó n del mestizaje y de un " e n r e d o " caracterizador de México. El verbo traducir, que implica la necesidad de una comunicación estable y un traspaso de signos efectivo (traduttore), d e s e m b o c a en cierta ininteligibilidad de ese espacio c r e a d o , el t e r r i t o r i o m e x i c a n o ( t r a d i t o r i ) . Si el d i s c u r s o f u n d a c i o n a l p o r e x c e l e n c i a p o s t u l a la e m e r g e n c i a d e u n a c o m u n i d a d í n t e g r a y firme — f u n c i ó n o t o r g a d a al g é n e r o é p i c o — , v e m o s c ó m o , e n el o r i g e n m i s m o d e M é x i c o , P a c h e c o resalta la m a r a ñ a d i s c u r s i v a y la m e z c l a c u l t u r a l . E n t r e e l t r a d u c t o r , r e p r e s e n t a n t e d e la c a p a c i d a d e f e c t i v a d e la c o m u n i c a c i ó n , y el enredo c o m o ininteligibilidad lingüística, encontramos el núcleo clave de esta fundación. E n la c o n q u i s t a d e A m é r i c a n o h a y figura m á s e s t r e c h a m e n t e a s o c i a d a al u s o y p o d e r d e la p a l a b r a y l o s p r o b l e m a s q u e e s t o c o n l l e v a q u e la M a l i n c h e . Y a d a b a t e s t i m o n i o d e su i m p o r t a n c i a B e r n a l D í a z del C a s t i l l o e n la Historia verdadera de la conquista de la Nueva España, al o f r e c e r su j u i c i o s o b r e ella: 34 INTI N° 48 fue gran principio para nuestra conquista, y así, se nos hacían todas las cosas, loado sea Dios, muy prósperamente. He querido declarar esto porque sin ir doña Marina no podíamos entender la lengua de la Nueva España y México. (62) 2 P a r a B e r n a l D í a z , la i m p o r t a n c i a de la M a l i n c h e r e c a e en su f u n c i ó n de intérprete e f e c t i v a , f a c i l i t a n d o el acceso y a v a n c e d e los e s p a ñ o l e s en el p r o c e s o d e c o n q u i s t a . Q u e "las c o s a s " se p u e d a n h a c e r " p r ó s p e r a m e n t e " se d e b e e s p e c í f i c a m e n t e al c o n o c i m i e n t o l i n g ü í s t i c o d e la t r a d u c t o r a . B e r n a l Díaz, c o n t r a r i o a P a c h e c o , n o p i e n s a en t é r m i n o s d e e n r e d o , y sí en t é r m i n o s d e t r a n s m i s i ó n e f e c t i v a d e s i g n i f i c a d o s , l i g a d o esto a u n p r o y e c t o d e e x p a n s i ó n militar. E l t r a d u c t o r h a c e q u e el l e n g u a j e a d q u i e r a u n p o d e r m a t e r i a l y e f e c t i v o p a r a el s o l d a d o c o n q u i s t a d o r , al articularse l i g a d o a u n a f u n c i o n a l i d a d e s p e c í f i c a : la de la p r o s p e r i d a d d e los h e c h o s . M u j e r p o s e e d o r a de la palabra, sobre la q u e recae la d e s t r u c c i ó n de u n m u n d o (la f u n c i ó n d e t r a d u c t o r a p r i v i l e g i a d a p o r B e r n a l Díaz), y la c r e a c i ó n de otro (el e n r e d o l l a m a d o M é x i c o q u e e x p r e s a P a c h e c o ) ; p r i n c i p i o y f i n de u n a raza, e x p l i c a c i ó n o n t o l ó g i c a y s í m b o l o f e m e n i n o d e u n a n a c i ó n . 3 L o s t e x t o s h a s t a a q u í a d u c i d o s f o r m a n p a r t e d e la l a r g a t r a y e c t o r i a d e t e x t u a l i z a c i ó n y a p r o p i a c i ó n de la M a l i n c h e c o m o m e t á f o r a c u l t u r a l q u e s u p l e m e n t a la historia de M é x i c o y A m é r i c a . Phillips c o m e n t a lo siguiente c o n r e s p e c t o a las d i f e r e n t e s a p r o p i a c i o n e s q u e se h a n h e c h o de ella: " S h e h a s b e e n exploited w i t h o u t a p o l o g y b y writers of all d i s c i p l i n e s and i d e o l o g i e s — historians, sociologists, n o v e l i s t s , d r a m a t i s t s , imperialists and antiimperialists, rightists and leftists, all of w h o m h a v e t h o u g h t of h e r as an e m p t y v e s s e l ready to be filled by their f o r m u l a t i o n s " (98-99). 4 C o m o p a r t e d e esas r e f o r m u l a c i o n e s , c o n t a m o s c o n el e j e m p l o d e l p o e m a titulado " M a l i n c h e " d e R o s a r i o C a s t e l l a n o s , q u e se e n c u e n t r a e n su libro En la tierra de en medio.5 El p o e m a p e r t e n e c e a u n g r u p o de t e x t o s d e escritoras q u e c o m e n z a r o n a reescribir los s i g n o s m á s visibles del o r d e n s o c i o - s i m b ó l i c o patriarcal d u r a n t e los años setenta, y q u e f u e r o n r e a c c i o n e s ante u n m o d e l o h e r e d a d o d e s d e la c o l o n i a y r a t i f i c a d o p o r el n a c i o n a l i s m o . N o s o r p r e n d e el intento d e C a s t e l l a n o s d e r e i v i n d i c a c i ó n de la figura d e la M a l i n c h e si se t i e n e en c u e n t a q u e u n o d e los d i l e m a s centrales entre las escritoras d e ese m o m e n t o era el d e r e c h o al e j e r c i c i o m i s m o de la p a l a b r a . Si el sólo n o m b r e M a l i n c h e e v o c a la u n i ó n entre p o d e r y palabra, c ó m o n o intentar r e c o n f i g u r a r las r e p r e s e n t a c i o n e s d o m i n a n t e s sobre u n a m u j e r q u e h a e n c a r n a d o , real y s i m b ó l i c a m e n t e , el p e s o de esa (des) u n i ó n . M á s aún, p o r ser u n a figura q u e r e p r e s e n t a la c o n f l i c t i v a relación e n t r e el c u e r p o f e m e n i n o y el c u e r p o social, g e n e r a u n a p r o d u c t i v i d a d d i s c u r s i v a q u e f a c i l i t a la e l a b o r a c i ó n de dicho conflicto. E n el p r e s e n t e e n s a y o e x a m i n o en detalle el p o e m a c o n c e n t r á n d o m e en la r e e l a b o r a c i ó n d e la f i g u r a d e la M a l i n c h e y, en e s p e c í f i c o , e n la t e x t u a l i z a c i ó n del m o t i v o de la traición a s o c i a d o t r a d i c i o n a l m e n t e a ella. E s IVETTE N. HERNANDEZ 35 necesario aclarar q u e la traición a la q u e n o s referimos, y c o m o es representada en el p o e m a , n o se relaciona c o n la f u n c i ó n de M a l i n c h e c o m o t r a d u c t o r a . E n el p o e m a , C a s t e l l a n o s r e c o n s t r u y e el m o m e n t o en q u e la M a l i n c h e es e n t r e g a d a p o r su m a d r e , c o m o esclava, a u n o s m e r c a d e r e s . L a e n t r e g a es la m a r c a d e la traición d e la m a d r e y, p o r lo tanto, se asocia c o n u n n ú c l e o f a m i l i a r en crisis. E n este sentido, se h a c e n e c e s a r i o y p r o d u c t i v o e x p l o r a r a d e m á s la r e l a c i ó n e n t r e t r a i c i ó n e i d e n t i d a d , d o n d e esta ú l t i m a r e s p o n d e r í a al e f e c t o d e u n v a c í o p r o v o c a d o p o r la p r i m e r a . S e v e r á c ó m o la t r a i c i ó n de la m a d r e d a p r i n c i p i o a u n a c a d e n a de d e s p l a z a m i e n t o s p a r a el s i g n i f i c a n t e " M a l i n c h e " (la h i j a ) q u e p e r d u r a h a s t a h o y . A c o n t i n u a c i ó n , i n c l u i m o s el p o e m a en su totalidad: Desde el sillón de mando mi madre dijo: "Ha muerto." Y se dejó caer, como abatida, en los brazos del otro, usurpador, padrastro que la sostuvo no con el respeto que el siervo da a la majestad de reina sino con ese abajamiento mutuo en que se humillan ambos, los amantes, los cómplices. Desde la Plaza de los Intercambios mi madre anunció: "Ha muerto." La balanza se sostuvo un instante sin moverse y el grano de cacao quedó quieto en el arca y el sol permanecía en la mitad del cielo como aguardando un signo que fue, cuando partió como una flecha, el ay agudo de las plañideras. "Se deshojó la flor de muchos pétalos, se evaporó el perfume, se consumió la llama de la antorcha. Una niña regresa, escarbando, al lugar en el que la partera depositó su ombligo. Regresa al Sitio de los que Vivieron. Reconoce a su padre asesinado, ay, ay, ay, con veneno, con puñal, con trampa ante sus pies, con lazo de horca. Se toman de la mano y caminan, caminan perdiéndose en la niebla." 36 INTI N° 48 Tal era el llanto y las lamentaciones sobre el cuerpo anónimo; un cadáver que no era el mío porque yo, vendida a mercaderes, iba como esclava, como nadie, al destierro. Arrojada, expulsada del reino, del palacio y de la entraña tibia de la que me dio a luz en tálamo legítimo y que me aborreció porque yo era su igual en figura y en rango y se contempló en mí y odió su imagen y destrozó el espejo contra el suelo. Yo avanzo hacia el destino entre cadenas y dejo atrás lo que todavía escucho: los fúnebres rumores con los que se me entierra. Y la voz de mi madre con lágrimas ¡con lágrimas! que decreta mi muerte. E l título " M a l i n c h e " d e i n m e d i a t o p o n e e n m o v i m i e n t o u n a serie d e e x p e c t a t i v a s e n el l e c t o r . A q u e l l o s q u e e s t é n f a m i l i a r i z a d o s c o n la v i d a del p e r s o n a j e h i s t ó r i c o r e c o n o c e r á n e n u n a p r i m e r a l e c t u r a las r e l a c i o n e s c e r c a n a s q u e m a n t i e n e el p o e m a c o n l o s d a t o s b i o g r á f i c o s d e l o s q u e se s i r v e la a u t o r a : su o r i g e n n o b l e , su o r f a n d a d al m o r i r el p a d r e y el e v e n t u a l rechazo materno en favor del hijo varón nacido con un nuevo esposo. A ese h i j o a c u e r d a n su m a d r e y su p a d r e d a r el c a c i c a z g o q u e c o r r e s p o n d í a a M a l i n c h e y, s e g ú n B e r n a l D í a z , " p o r q u e e n e l l o n o h u b i e s e e s t o r b o , d i e r o n d e n o c h e a la n i ñ a d o ñ a M a r i n a a u n o s i n d i o s d e X i c a l a n g o , p o r q u e n o f u e s e v i s t a , y e c h a r o n f a m a d e q u e se h a b í a m u e r t o " (61). E s e s t e e p i s o d i o p a r t i c u l a r d e la v i d a d e M a r i n a - M a l i n c h e el q u e se e v o c a e n e l p o e m a . H a s t a a h í la s i m i l i t u d e n t r e lo b i o g r á f i c o y la r e c o n s t r u c c i ó n p o é t i c a q u e e j e c u t a C a s t e l l a n o s s o b r e l o s h e c h o s . E n el p o e m a se e l a b o r a u n a i n t e r p r e t a c i ó n l i t e r a r i a d e la s i g n i f i c a c i ó n q u e t i e n e e s t e e v e n t o del p a s a d o f a m i l i a r . E n el t e x t o es la p r o p i a M a l i n c h e q u i e n c u e n t a y r e v i v e lo o c u r r i d o e n el m o m e n t o c u a n d o " D e s d e el sillón d e m a n o m i m a d r e d i j o : ' H a m u e r t o ' . " A p a r t i r d e e s t e p r i m e r v e r s o la v o z p o é t i c a n o s h a c e p a r t í c i p e s d e lo q u e p r o m e t e ser u n d r a m a f a m i l i a r i n i c i a d o p o r la m a d r e al e j e r c e r su a u t o r i d a d " d e s d e el s i l l ó n d e m a n d o " y d e c r e t a r su m u e r t e . E l e s p a c i o d o m i n a d o p o r la m a d r e está h a b i t a d o , a d e m á s , p o r " o t r o , u s u r p a d o r , p a d r a s t r o " ( o b v i a r e f e r e n c i a al n u e v o m a r i d o ) , q u i e n la a p o y a e n e s e m o m e n t o d e c i s i v o " n o c o n el r e s p e t o / q u e el s i e r v o d a a la m a j e s t a d d e r e i n a / sino c o n ese a b a j a m i e n t o m u t u o / e n q u e se h u m i l l a n a m b o s , l o s a m a n t e s , l o s c ó m p l i c e s . " La relación madre / padrastro implica un doble rebajamiento. Primero, por IVETTE N. HERNANDEZ 37 l a d e s i g u a l d a d d e r a n g o e n t r e ellos, s i e r v o / m a j e s t a d , y s e g u n d o , p o r q u e su c o m p l i c i d a d d e a m a n t e s y t r a i d o r e s los e n v i l e c e . H a y u n c o n t r a s t e e n t r e el s i l l ó n d e s d e d o n d e se e m i t e u n d e c r e t o , y u n m o v i m i e n t o d e s c e n d e n t e d e estos amantes manifestado por los vocablos "se dejó caer, c o m o abatida," "abajamiento," y "se humillan ambos."6 Esta caída f o r m a parte de un c a m b i o f u n d a m e n t a l d e las f u n c i o n e s d e r e i n a y s i e r v o , r e l a c i ó n q u e se h a eclipsado por la de amantes y la complicidad, ya sea sexual o criminal. Las r e l a c i o n e s f a m i l i a r e s se d e f i n e n p o r u n c o n f l i c t o d o m i n a d o p o r e l d e s e o d e u n a m a d r e p o r su a m a n t e . E s t e e x t r a ñ o n o es o t r o q u e u n a f u e r z a m a s c u l i n a q u e m e d i a y c o n d i c i o n a l a s d e c i s i o n e s d e la m a d r e c o n r e s p e c t o a su h i j a . I r ó n i c a m e n t e , la a u t o r i d a d m a t e r n a se e j e r c e q u i t a n d o la v i d a s o c i a l y c o m u n a l a su p r o p i a hija, t r a n s g r e d i e n d o d e esta f o r m a l o s lazos y o b l i g a c i o n e s filiales.7 L a p é r d i d a d e u n a h i j a n o b l e q u e , se s u p o n e , o c u p a r á el " s i l l ó n d e m a n d o " e n el f u t u r o , t r a s c i e n d e l o f a m i l i a r y, p o r n e c e s i d a d , t i e n e u n a i n g e r e n c i a p r o f u n d a e n el e s p a c i o p ú b l i c o : " D e s d e la P l a z a d e l o s I n t e r c a m b i o s / mi m a d r e a n u n c i ó : ' H a m u e r t o ' . " E s e n el m e r c a d o , el l u g a r d e c a m b i o y n e g o c i a c i ó n p o r e x c e l e n c i a , d o n d e se a n u n c i a a la c o m u n i d a d l a m u e r t e d e u n o d e s u s m i e m b r o s . E l e f e c t o se r e v e l a t r a s c e n d e n t a l , c ó s m i c o . E l a n u n c i o a f e c t a d i r e c t a m e n t e el p a s o del t i e m p o , p a r a l i z a n d o t o d o . P o r u n i n s t a n t e l a a c t i v i d a d c o m e r c i a l c e s a , la b a l a n z a n o se m u e v e , el g r a n o d e c a c a o q u e d a q u i e t o e n el arca, el sol p e r m a n e c e e n su c e n i t . L a c o m u n i d a d e n t e r a se d e t i e n e p a r a a s i m i l a r el m e n s a j e , m o m e n t o e n q u e d o m i n a el s i l e n c i o y e l e s t a t i s m o , q u e d a r á p a s o al l a m e n t o , c o m o u n g r i t o , d e l a s p l a ñ i d e r a s . L a v o z u n i v o c a l d e l a m a d r e d e t i e n e t o d o , p a r a q u e el c o r o , al e x p r e s a r su " a y " d e d o l o r q u e " p a r t e c o m o u n a flecha," v u e l v a a d a r p i e a la a c t i v i d a d c o m e r c i a l y el m o v i m i e n t o d e l a s e s f e r a s c e l e s t e s (la temporalidad). E l c o r o a s u m e a h o r a la v o z p o é t i c a ( m a r c a d a p o r el entrecomillado), articulando imágenes de extinción y desaparición: "Se d e s h o j ó la f l o r d e m u c h o s p é t a l o s , / se e v a p o r ó el p e r f u m e , / se c o n s u m i ó la l l a m a d e la a n t o r c h a . " L a i m a g e n v i o l e n t a d e l a flecha q u e p a r t e (el " a y " d e l a s p l a ñ i d e r a s ) m a r c a o t r o m o m e n t o q u e m o v i l i z a el e s t a t i s m o c a u s a d o p o r l a s p a l a b r a s d e la m a d r e . E n u n i n s t a n t e r á p i d o , la n i ñ a M a l i n c h e s e r á l a n z a d a h a c i a l a s e s f e r a s d e la m a d u r e z ( s e p a r a c i ó n d e l n ú c l e o f a m i l i a r ) y la m u e r t e ( u n a m u e r t e s i m b ó l i c a ) . L a flor q u e se d e s h o j a es la r e p r e s e n t a c i ó n d e la e n t r a d a i n e s p e r a d a y t r á g i c a al m u n d o a d u l t o o, d e s d e o t r o á n g u l o , l a c o n s u m a c i ó n del Carpe diem,8 El p e r f u m e , a t r i b u t o d e la flor, se e v a p o r a , y l a a n t o r c h a se e x t i n g u e p o r q u e se g a s t a el c o m b u s t i b l e o la e n e r g í a q u e s u p l e la l l a m a , c u a l i d a d d e la j u v e n t u d q u e se p i e r d e . L o s v e r b o s e n p r e t é r i t o a t e s t i g u a n e s t e m o m e n t o f u l m i n a n t e e n q u e M a l i n c h e p a s a d e la n i ñ e z a l a e s f e r a d e la m u e r t e en u n s e g u n d o , e n e l t i e m p o e n q u e la m a d r e d i c e " h a m u e r t o " y l a s p l a ñ i d e r a s l a n z a n su q u e j i d o . 38 INTI N° 48 C o n t i n u a n d o c o n las i m á g e n e s d e la m u e r t e , las p l a ñ i d e r a s r e l a t a n el e n c u e n t r o en el m á s allá de la h i j a c o n su p a d r e a s e s i n a d o a t r a i c i ó n . 9 Sin e m b a r g o , el c o r o d e s c o n o c e la i d e n t i d a d real del c a d á v e r d e e s a n i ñ a e n t e r r a d a q u e , c o m o se v e r á e n la e s t r o f a q u e s i g u e i n m e d i a t a m e n t e a la i n t e r v e n c i ó n d e las p l a ñ i d e r a s , es u n c u e r p o s u s t i t u t o . El c o r o h a c e a l u s i ó n a la m u e r t e d e l p a d r e e j e c u t a d a c o m o t r a m p a p o r m e d i o del v e n e n o , el p u ñ a l y " c o n l a z o d e h o r c a . " L o q u e n o s a b e e s t a v o z c o r a l es q u e esa m u e r t e a t r a i c i ó n (la d e l p a d r e ) se c o n v i e r t e e n u n a e s p e c i e de c o n t r a p u n t o a la otra m u e r t e e j e c u t a d a c o n m a l d a d y " a b a j a m i e n t o " p o r la m a d r e d e M a l i n c h e . H a y u n a c o n c a t e n a c i ó n d e s e c r e t o s y c o m p l i c i d a d e s q u e se m u l t i p l i c a n . E l c o r o l l o r a f r e n t e a u n e n g a ñ o q u e i g n o r a , d a a c o n o c e r a la M a l i n c h e v e r d a d e r a la t r a i c i ó n (el a s e s i n a t o d e su p a d r e ) , y la v o z d e la n i ñ a d e s t e r r a d a n o s r e v e l a la s e g u n d a t r a i c i ó n d e la m a d r e , a n o s o t r o s , los lectores. 1 0 L a v o z c o m u n i t a r i a , a s u m i e n d o el p a p e l d e su c o n t r a p a r t i d a e n e l t e a t r o g r i e g o , es la e x p r e s i ó n d e u n d o l o r c a t á r t i c o y d e u n a v e r d a d s e c r e t a , p e r o q u e es n e c e s a r i o r e v e l a r p a r a l o g r a r la r e s t i t u c i ó n e n u n n i v e l casi m í t i c o del o r d e n t r a n s g r e d i d o p o r la m a d r e . E s e c o n o c i m i e n t o l l e g a a o í d o d e la M a l i n c h e v e r d a d e r a , esa q u e t o d a v í a v i v e p e r o q u e h a m u e r t o s i m b ó l i c a m e n t e d e n t r o d e su c o m u n i d a d : "... yo, v e n d i d a / a m e r c a d e r e s , iba c o m o e s c l a v a , / c o m o n a d i e , al d e s t i e r r o . " D i c h o o r d e n q u e b r a n t a d o a b a r c a d o s a s p e c t o s : p o r u n l a d o , la r e l a c i ó n p a t e r n o filial y, p o r o t r o , las i m p l i c a c i o n e s d e e s t a r e l a c i ó n p a r a la c o m u n i d a d . E l c o r o c o n s t r u y e u n a e s c e n a d o n d e el p a d r e y su h i j a " s e t o m a n d e la m a n o " p o r q u e l o s u n e e n su e n c u e n t r o n o s ó l o la m u e r t e sino el r e c o n o c i m i e n t o ( a n a g n ó r i s i s ) d e la traición. 1 1 E n e s t e s e n t i d o la m u e r t e t i e n e la f u n c i ó n d e r e s t i t u i r l o s l a z o s filiales y a f e c t i v o s q u e la t r a i c i ó n h a d e s t r u i d o . E n c u a n t o al a s p e c t o c o m u n i t a r i o , la n o r m a l i z a c i ó n d e la a c t i v i d a d c o m e r c i a l y del u n i v e r s o s ó l o p u e d e d a r s e c o n el r e c o n o c i m i e n t o d e u n a ley m u c h o m á s p r o f u n d a e i m p o r t a n t e , la l e y d e l o s l a z o s filiales, e s a l e y q u e la m a d r e v i o l e n t a y d e j a e n s u s p e n s o p o r u n i n s t a n t e c o n su d e c r e t o . E l e n c u e n t r o d e l a h i j a y su p a d r e , y a d e f i n i t i v a m e n t e u n i d o s p o r la m u e r t e , y q u e el c o r o p r o c l a m a c o m o " u n s i g n o , " d e v u e l v e el s e n t i d o al o r d e n f a m i l i a r , c o m u n i t a r i o y u n i v e r s a l ( c ó s m i c o ) . C l a r o está, la b a s e d e e s t e o r d e n a m i e n t o ritual p r o v i e n e d e u n e n g a ñ o , d e u n c u e r p o q u e n o e s el d e M a l i n c h e , s i n o el c u e r p o p r o d u c t o de otra t r a i c i ó n e j e c u t a d a p o r la m a d r e . C o m o v e m o s , la t r a i c i ó n c r e a u n a s e r i e d e s c o n t r o l a d a d e e v e n t o s q u e g u a r d a n e n su o r i g e n u n a m a l d a d s e c r e t a , u n e n g a ñ o e s c o n d i d o . D e s p u é s d e la i n t e r v e n c i ó n c o r a l , la v o z d e la M a l i n c h e r e t o m a el c u r s o d e su l e n t a e x p u l s i ó n - m u e r t e y n o s i n f o r m a d e lo q u e p a r a m í r e s u l t a c r u c i a l e n la r e f o r m u l a c i ó n d e su h i s t o r i a : el d e s p l a z a m i e n t o d e la i d e n t i d a d . L a s p l a ñ i d e r a s c o n su l l a n t o h a n p u e s t o e n m a r c h a e s e " g r a n o d e c a c a o " q u e h a b í a q u e d a d o q u i e t o c o n el a n u n c i o d e la m a d r e , y c o m o e s e g r a n o , el c u e r p o d e la M a l i n c h e e n t r a r á e n u n n u e v o p r o c e s o d e s i m b o l i z a c i ó n a m o d o d e i n t e r c a m b i o . E n el p o e m a , el " c u e r p o a n ó n i m o , " e s e " c a d á v e r / q u e n o IVETTE N. HERNANDEZ 39 era el m í o " es el o b j e t o q u e s u s t i t u y e a o t r o , u n s i g n o q u e c o b r a s e n t i d o al c o n v e r t i r s e en s u p l e m e n t o d e otro. E l c a d á v e r a n ó n i m o p a s a a t e n e r el v a l o r d e i d e n t i d a d d e la M a l i n c h e , m i e n t r a s q u e é s t a p a s a a ser " n a d i e " : " A r r o j a d a , e x p u l s a d a / d e l r e i n o , d e l p a l a c i o y d e la e n t r a ñ a tibia / d e la q u e m e d i o a l u z e n t á l a m o l e g í t i m o . " 1 2 L a i d e n t i d a d q u e o t o r g a la p e r t e n e n c i a a u n a c o m u n i d a d ( d e s d e l o s p a d r e s h a s t a el l u g a r g e o g r á f i c o q u e d i c h a c o m u n i d a d o c u p a ) , al p e r d e r s e , b o r r a t o d o l a z o o c o n e x i ó n c o n el o r i g e n , y lo q u e q u e d a es e l d e s t i e r r o , el c a m b i o d e l u g a r , la n o - p e r t e n e n c i a . Es un nuevo n a c i m i e n t o al r e v é s : u n n a c i m i e n t o s u r g i d o p o r el s i m u l a c r o d e u n a m u e r t e q u e c o n d u c e al e x i l i o , al l u g a r d o n d e l o s l a z o s m a t e r n o s y c o m u n i t a r i o s n o existen. L o s d a t o s b i o g r á f i c o s d e la M a l i n c h e c o n f i r m a n su c o n d i c i ó n d e o b j e t o d e i n t e r c a m b i o y s i g n o e n c o n s t a n t e t r a n s m i g r a c i ó n . D e la m a d r e p a s a a m a n o s d e los m e r c a d e r e s y c o m i e n z a la l a r g a l í n e a d e t r a s l a d o s y c a m b i o s d e l u g a r q u e la c a r a c t e r i z a n . L o s m e r c a d e r e s la e n t r e g a n a l o s i n d i o s d e T a b a s c o , q u i e n e s la p r e s e n t a n a C o r t é s c o m o u n r e g a l o , y é s t e a su v e z la regala a Alonso Hernández de Puerto Carrero, de quien vuelve a Cortés, para t e r m i n a r s i e n d o e s p o s a d e J u a n J a r a m i l l o . 1 3 Su n o m b r e t a m b i é n s u f r e d e múltiples transformaciones: Malinal, Marina, Malintzín y Malinche. E x p e r i m e n t a t a m b i é n c a m b i o s q u e a f e c t a n su c o n d i c i ó n s o c i a l : d e n o b l e a esclava, de esclava a intérprete, de amante a esposa. A nivel simbólico y del l e n g u a j e t a m b i é n h a s u f r i d o m ú l t i p l e s t r a s l a c i o n e s d e s e n t i d o : d e s d e su r e p r e s e n t a c i ó n e n las c r ó n i c a s y l o s c ó d i c e s i n d í g e n a s , p a s a n d o p o r l a s r e e l a b o r a c i o n e s d e l s i g l o X I X , h a s t a O c t a v i o P a z , C a r l o s F u e n t e s , el f e m i n i s m o y las chicanas. L o q u e se r e p r e s e n t a e n el t e x t o d e C a s t e l l a n o s es, p r e c i s a m e n t e , el origen de esa concatenación móbil y transmigratoria del signo "Malinche." L a s p r e g u n t a s q u e n o s p o d r í a m o s h a c e r e n este m o m e n t o s o n l a s s i g u i e n t e s : ¿ C u á l sería la r e l a c i ó n e n t r e la t r a i c i ó n y el s i g n o ? ¿ Q u é s i g n i f i c a ser d e f i n i d o d e s d e el o r i g e n p o r la t r a i c i ó n y c ó m o e s t o a f e c t a al l e n g u a j e d e la identidad? ¿ Q u é e c o n o m í a s i m b ó l i c a se e s t a b l e c e a t r a v é s de u n d e s p r e n d i m i e n t o v i o l e n t o d e esa c o m u n i d a d q u e d e f i n e a u n a p e r s o n a y d e l o s l a z o s m a t e r n o s o f a m i l i a r e s q u e la c a r a c t e r i z a n ? L a t r a n s g r e s i ó n v a a m a r c a r la p o s i c i ó n q u e v a a o c u p a r e l s u j e t o e n u n a c a d e n a d e s i g n o s q u e t i e n e c o m o o r i g e n u n e n g a ñ o s e c r e t o . E s a m a r c a se r e p r e s e n t a e n e l p o e m a a través no sólo de las imágenes de expulsión y sustitución, sino también por m e d i o del c u e r p o m i s m o d e la m a d r e e n su r e f l e j o e s p e c u l a r : " y se c o n t e m p l ó e n m í y o d i ó su i m a g e n / y d e s t r o z ó el e s p e j o c o n t r a el s u e l o . " P a r a la m a d r e p o d e r ser, e n su n u e v a i d e n t i d a d a s u m i d a c o n el c ó m p l i c e , t i e n e q u e q u e b r a r la i m a g e n q u e l e d e v u e l v e su h i j a q u e es, a su v e z , ella m i s m a . A t r a v é s d e l a q u i e b r a d e l o s l í m i t e s , se i m p o s i b i l i t a la u n i d a d e n t r e m a d r e e h i j a y se d i s l o c a la r e l a c i ó n c o n el o r i g e n . 1 4 L o q u e se e s c u c h a al final s o n " l o s f ú n e b r e s r u m o r e s c o n l o s q u e se m e e n t i e r r a . " P e r o e s t a 40 INTI N° 48 m u e r t e , c o n t r a r i o a lo q u e p o d r í a p e n s a r s e , n o c a n c e l a el f u t u r o , y a q u e ella a v a n z a " h a c i a el d e s t i n o e n t r e c a d e n a s " . E s a s c a d e n a s s o n la m a r c a del o r i g e n q u e r e s u l t a i m b o r r a b l e p e r o q u e a la v e z a y u d a a las c o n t i n u a s t a c h a d u r a s del ser y q u e v i a b i l i z a n su c o n s t a n t e m e t a m o r f o s i s . S e p u e d e c o n c l u i r q u e l a s c a d e n a s s o n r e p r e s e n t a c i ó n m a t e r i a l d e la t r a i c i ó n , e s d e c i r , un avanzar restringido o contextualizado por un destino impuesto desde f u e r a , q u e n u n c a se e l i g i ó p e r o q u e f o r m a p a r t e i n t e g r a l d e u n o r i g e n d e f i n i d o c o m o d e s t i e r r o , e x p u l s i ó n y m o v i m i e n t o . L a e n t r a d a al m e r c a d o d e s i g n o s es la d e u n o b j e t o q u e c o n t i e n e la i m a g e n q u e b r a n t a d a d e u n t o d o q u e a h o r a e s t á f r a g m e n t a d o , roto: d e u n a n o b l e q u e a h o r a es e s c l a v a (y p o r lo t a n t o se t r a s t o c a su v a l o r social), d e u n a t r a i c i o n a d a q u e será c o n s i d e r a d a t r a i d o r a , d e u n a i n d i a c r i s t i a n i z a d a , d e l n a h ú a t l al m a y a y d e a h í al c a s t e l l a n o . El p o e m a a b r e y cierra c o n el d e c r e t o d e u n a m u e r t e y la f a l s i f i c a c i ó n d e u n a e s c e n a . L a s l á g r i m a s e n m a r c a d a s al f i n a l en s i g n o s a d m i r a t i v o s s o n la señal d e la f a l s e d a d d e l o s g e s t o s , d e e s e l e n g u a j e d e l c u e r p o c u y o d e c r e t o , d e s d e el a s i e n t o del p o d e r , se e s g r i m e c o n t r a su h i j a y c o n t r a sí m i s m a . El final del p o e m a n o s r e p r e s e n t a el g e s t o ú l t i m o d e la m a d r e q u e c i e r r a su " p e r f o r m a n c e " o e s p e c t á c u l o . E s t a i n t e r p r e t a c i ó n se j u s t i f i c a r í a c o n el s e g u n d o v e r s o del p o e m a , d o n d e l a m a d r e se d e j a c a e r " c o m o a b a t i d a " (o sea, n o a p a r e c e a b a t i d a , sino como si estuviera a b a t i d a ) . P e r o c a b r í a la p o s i b i l i d a d d e otra i n t e r p r e t a c i ó n q u e p r o b l e m a t i c e el e s p e c t á c u l o d e la m a d r e a ú n m á s . A q u í p o d e m o s v a l e m o s d e la i m a g e n del e s p e j o f r a g m e n t a d o c o m o i n d i c a d o r d e u n o d i o q u e s i e n t e la m a d r e h a c i a sí m i s m a . E n e s t e s e n t i d o l a s l á g r i m a s serían c o m p o n e n t e s d e u n a s i t u a c i ó n t r á g i c a d e la m a d r e , s u j e t a a u n a s f u e r z a s p a t r i a r c a l e s y m a s c u l i n a s q u e la d o m i n a n , q u e la c o n v i e r t e n e n c ó m p l i c e al a c e p t a r su p a p e l d e a m a n t e y t r a i d o r a . D e s t r o z a r la i m a g e n p r o p i a i m p l i c a t r a i c i o n a r lo f e m e n i n o , e s la f u e r z a d e s t r u c t o r a q u e r o m p e l o s l a z o s f u e r t e s q u e d e b e r í a n existir, s i g u i e n d o a h o r a a C h o d o r o w , e n t r e m a d r e e h i j a ( v e r n o t a 13). P a r a R o s a r i o C a s t e l l a n o s , la h i s t o r i a d e la M a l i n c h e c o m i e n z a e n el n ú c l e o f a m i l i a r . L a e x p l o r a c i ó n p o é t i c a d e la p o e t a b u s c a e n l o s o r í g e n e s u n a p o s i b l e e x p l i c a c i ó n d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s q u e se a s o c i a n c o n esta figura. E s u n i n t e n t o d e d a r a la M a l i n c h e m a y o r d e n s i d a d p s i c o l ó g i c a p o r m e d i o d e u n a r e c u p e r a c i ó n y r e c o n s t r u c c i ó n d e su m i c r o h i s t o r i a (el c o n f l i c t o f a m i l i a r q u e , c o n el p a s o d e l t i e m p o , se c o n v e r t i r á e n u n o d e l o s p u n t o s á l g i d o s d e la h i s t o r i a m e x i c a n a ) . E s u n g e s t o r e c u p e r a t i v o m u y p a r e c i d o al q u e a r t i c u l a n m u c h o s d e los r e p r e s e n t a n t e s d e la l l a m a d a n u e v a n o v e l a h i s t ó r i c a y, t a m b i é n , se p u e d e r e l a c i o n a r c o n el i n c r e m e n t o e n el i n t e r é s p o r el p a s a d o c o l o n i a l d e e s c r i t o r e s c o n t e m p o r á n e o s . E s t a m b i é n la m a n e r a e n q u e la c r í t i c a s i t u a d a e n u n a z o n a b i l i n g ü e y e n c o n s t a n t e f l u j o d e r a z a s y l e n g u a s , a q u e l l a q u e h a b l a d e s d e el e s p a c i o c h i c a n o , se v a a p r o p i a n d o d e esta figura p a r a e x p l o r a r o t r o s d e r r o t e r o s , o t r a s p o s i b i l i d a d e s , b a s a d a s en narraciones alternativas. Es un movimiento crítico y literario que busca IVETTE N. HERNANDEZ 41 e n s a n c h a r la i m p o r t a n c i a d e la i n d i v i d u a l i d a d d e M a l i n c h e ( o t o r g á n d o l e u n a c o m p l e j a prehistoria p s i c o l ó g i c a ) , p e r o q u e n u n c a p u e d e o l v i d a r la amplitud d e u n ser q u e sigue siendo el r e c e p t á c u l o s i m b ó l i c o d e u n a n a c i ó n . L o p s i c o l ó g i c o , e n otras palabras, intenta d e s a r t i c u l a r u n a i n t e r p r e t a c i ó n a m p l i a del o r i g e n de M é x i c o c o m o traición, para sustituirla p o r otra d o n d e la p a l a b r a " t r a i c i ó n " se c o n c e n t r e e n la m a d r e y n o e n la h i j a M a l i n c h e . E s p o r eso q u e C a s t e l l a n o s t o d a v í a n o p u e d e r o m p e r c o n u n a t r a d i c i ó n q u e a s o c i a a la M a l i n c h e c o n la traición. C i e r t a m e n t e su a c e r c a m i e n t o e x p l o r a u n a v a r i a n t e distinta, p e r o la traición sigue m a r c a n d o la p o s i c i ó n q u e el s u j e t o o c u p a e n la c a d e n a d e i n t e r c a m b i o s s i m b ó l i c o s , p e r o ahora c o m o v í c t i m a , c o m o la t r a i c i o n a d a . N o obstante, lo q u e a m í m e interesa s u b r a y a r es q u e la t r a i c i ó n f o r m a parte de u n a e c o n o m í a s i m b ó l i c a q u e es n e c e s a r i a p a r a la p r o d u c t i v i d a d d i s c u r s i v a q u e g e n e r a la M a l i n c h e . E s t a e s p e c i e d e circuito se g e n e r a , en el p o e m a d e C a s t e l l a n o s , p o r el v a c í o p r o v o c a d o e n el n ú c l e o f a m i l i a r , e n el origen, p e r o e n t e n d i d o c o m o traición / e x p u l s i ó n del á m b i t o d e lo m a t e r n o l i g a d o a su vez c o n los o r í g e n e s n a c i o n a l e s , c o n el p r i n c i p i o de M é x i c o c o m o país. D i c h o v a c í o f u n c i o n a c o m o u n i m á n q u e atrae d i v e r s a s p r á c t i c a s discursivas (historia, literatura, arte, crítica) q u e lo q u e b u s c a n es l l e n a r el signo " m a l i n c h e " c o n n u e v o s sentidos. E s t e " g r a n p r i n c i p i o " para la c o n q u i s t a , c o m o la l l a m a B e r n a l D í a z , y q u e v i e n e a ser el c o m i e n z o de ese " e n r e d o l l a m a d o M é x i c o " del q u e h a b l a J o s é E m i l i o P a c h e c o . E s la f r a g m e n t a c i ó n de ese e s p e j o q u e r o m p e la m a d r e , y la c o n s t a n t e t r a n s m i g r a c i ó n de la h i j a c o n v e r t i d a en signo c a m b i a n t e . NOTAS 1 En la colección de relatos titulada El naranjo, el escritor Carlos Fuentes incluye la narración titulada "Las dos orillas," donde el personaje de Jerónimo de Aguilar habla sobre la rivalidad que mantuvo con la Malinche. Más recientemente, en su novela La frontera de cristal, vuelve sobre el tema de Malinche en el cuento titulado "Malintzin de las maquilas." La misma postura del poema de Pacheco aparece en el libro de Todorov: "es ante todo el primer ejemplo [la Malinche], y por eso mismo, el símbolo, del mestizaje de las culturas; por ello anuncia el estado mexicano moderno y, más allá de él, el estado actual de todos nosotros, puesto que, a falta de ser siempre bilingües, somos inevitablemente bi o triculturales" (109). 2 Recuérdese que es en el texto de Bernal Díaz donde se ofrecen muchos datos importantes sobre la vida e importancia de Malinche para la conquista. Véanse en especial los capítulos XXXVI-XXXVII. Para un recuento detallado de su aparición en textos diversos a través de la historia, véase el libro de Messinger Cypess. Util, aunque mucho menos detallado, resulta el artículo de Phillips. 3 Idea central del pensamiento de Octavio Paz en su Laberinto de la soledad. 42 INTI N° 48 4 En la cita Phillips se refiere más a los intelectuales masculinos, y por eso la negatividad que se trasluce en su comentario. Ella se posiciona dentro de un feminismo reivindicador de la Malinche. Para otros ejemplos de apropiaciones feministas, véanse los capítulos siete y ocho del libro de Messinger Cypess. Recomendamos el artículo de Norma Alarcón, que se dedica a lo que ella llama la "modernistic stage" de los acercamientos a la Malinche, o sea, las maneras en que se ha trabajado su figura en el siglo XX, llegando hasta las chicanas. 5 Citamos de la edición titulada Poesía no eres tú: Obra poética, 1948 - 1971. El poema se encuentra en las páginas 181 - 182. Castellanos trabajó la figura de Malinche en su obra de teatro El eterno femenino. Hace alusión también al personaje en el ensayo "Otra vez Sor Juana" del libro Juicios sumarios. 6 Existe ya una correlación entre ese movimiento en descenso y los personajes que lo sufren desde una perspectiva sonora del lenguaje. Dicha correlación se concentra en las palabras que comparten las vocales iniciales de los siguientes significantes: abatida, abajamiento, ambos, amantes. 7 Las implicaciones de esta transgresión serán discutidas con más detalle en las páginas que siguen. 8 El tema del Carpe diem siempre estuvo relacionado con la imagen de la flor que perderá los pétalos o se marchitará con el tiempo, perdiendo así su perfume y su brillantez (flor también como llama de la antorcha). Presenciamos lo que Riffaterre ha denominado una derivación hipogramática de una frase o cliché preexistente (23), en este caso "La flor de la juventud," frase que se destruye con la aparición de otro cliché, el Carpe diem. 9 En las historias sobre la Malinche no se menciona cómo murió su padre. Rosario Castellanos reconstruye la historia familiar valiéndose de una traición muy parecida a la de Gertrudis en Hamlet, y que comparte con una tradición mítica donde se representa el mundo de los muertos, la búsqueda de un origen, la revelación de un enigma. 10 Es importante recalcar aquí que, para algunos críticos, la traición de la madre se ha convertido en un componente fundamental del aspecto biográfico y psicológico de la Malinche. Estos críticos intentan hasta cierto punto cancelar la visión de Malinche como traidora. Candelaria se refiere a esto al decir que "the fact that La Malinche had been betrayed by her mother and sold into slavery cannot be overlooked as a factor in a more complete interpretation and understanding of this remarkable woman" (5). De forma parecida comenta Bruce-Novoa: "If we concentrate on her life prior to the arrival of Cortés as one of betrayal by her own family, of being sold and enslaved, then, like Marina, she was a woman traumatized by her loss of familial ties and home" (82). Todorov también intenta reinvindicarla en su libro (108). 11 Según Aristóteles en su Poética, la anagnórisis "es una inversión o cambio de ignorancia a conocimiento que lleva a amistad o a enemistad de los predestinados a mala o buena ventura" (118). El tipo de reconocimiento que privilegia Aristóteles es aquél que, como en Edipo Rey, se mezcla con la peripecia, justamente lo que intenta hacer aquí Rosario Castellanos, enfocándose en la "mala ventura". IVETTE N. HERNANDEZ 43 12 También recordemos los versos ya citados: "como esclava, / como nadie..." 13 Todos estos datos aparecen en Bernal Díaz. 14 Esta relación entre madre e hija parece estar cercana y a la vez distanciada de las definiciones de la maternidad expuestas por Chodorow: "Primary identification and symbiosis with daughters tend to be stronger and cathexis of daughters is more likely to retain and emphasize narcissistic elements, that is, to be based on experiencing a daughter as an extension or double of a mother herself..." (109). En la imagen del espejo roto, la madre de Malinche se enfrenta con su propio ser extendido en el cuerpo de su hija. Sin embargo, existe un fuerte componente de fragmentación y falta de cohesión entre madre e hija, elemento que Chodorow no postula. Por otra parte, Cherríe Moraga ve la disyunción entre madres e hijas como un componente fundamental de la familia chicana que siempre privilegia al varón: "In a way, Malinche's mother would only have been doing her Mexican wifely duty: putting the male first" (101; énfasis de Moraga; ver también 102). Moraga elabora más el problema de la traición en este ensayo desde la perspectiva de la cultura chicana y la mujer. OBRAS CITADAS Alarcón, Norma. "Traddutora, Traditora: A Paradigmatic Figure of Chicana Feminism". Scattered Hegemonies. Inderpal Grewal y Caren Kaplan, eds. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1994. pp. 110-133. Aristóteles. Poética. Juan David García Bacca, trad. Caracas: Universidad Central de Venezuela, Ediciones de la Biblioteca, 1982. Bruce-Novoa, Juan. "One More Rosary for Doña Marina". Confluencia 1 (1986): pp. 73-84. Candelaria, Cordelia. (1980): pp. 1-6. "La Malinche, Feminist Prototype". Castellanos, Rosario. Económica, 1975. El eterno femenino. ------.Poesía Cultura Económica, 1972. no eres tú: Obra poética, 1948 - 1971. México: Fondo de Chodorow, Nancy. The Reproduction of California Press, 1979. México: of Mothering. Frontiers 5 Fondo de Cultura Berkeley: University Cypess, Sandra Messinger. La Malinche in Mexican Literature. History to Myth. Austin: University of Texas Press, 1991. From Díaz del Castillo, Bernal. Historia verdadera de la conquista de la Nueva España. México: Porrúa, 1970. Fuentes, Carlos. El naranjo. Madrid: Alfaguara, 1995. 44 INTI N° 48 . La frontera de cristal. Madrid: Alfaguara, 1996. Moraga, Cherríe. "A Long Line of Vendidas". Loving in the War Years. Boston: South End Press, 1983. pp. 90-144. Pacheco, José Emilio. Económica, 1986. Paz, Octavio. Económica, 1959. Tarde o Temprano. El laberinto de la soledad. México: Fondo de Cultura México: Fondo de Cultura Phillips, Rachel. "Marina/Malinche. Masks and Shadows." Women in Hispanic Literature. Icons and Fallen Idols. Beth Miller, ed. Berkeley: University of California Press, 1983. pp. 97-114. Riffaterre, Michael. Semiotics of Poetry. Bloomington: Indiana University Press, 1984. Todorov, Tzvetan. La conquista de América. México: Siglo XXI, 1987.