CONSIDERAÇÕES SOBRE DESMONTE MECÂNICO DE CALCÁREO A CÉU ABERTO Júlio César de Souza, UFPE, Prof. Adjunto, [email protected] José Lins Rolim Filho, UFPE, Prof. Adjunto, [email protected] Márcio Luiz de Siqueira Campos Barros, UFPE, Prof. Assistente, [email protected] Belarmino Barbosa Lira, UFPB, Prof. Adjunto, [email protected] José Édson Bezerra, CIBER – Wirtgen Group, Eng° de Minas, [email protected] RESUMO O presente trabalho aborda a aplicação da tecnologia de desmonte mecânico na lavra a céu aberto de calcáreo na região de João Pessoa, estado da Paraíba. São apresentados dados gerais de operação, produtividade e características construtivas do minerador Wirtgen Surface Miner 2200 SM, em operação na lavra de calcáreo na Paraíba, com indicação das metodologias de trabalho aplicadas. Também são comentadas outras tecnologias existentes atualmente para desmonte mecânico de rochas a céu aberto. Por fim é apresentada a performance do equipamento Wirtgen 2200 SM com dados práticos colhidos na operação em João Pessoa indicando a produtividade média alcançada e resultados técnicos obtidos em comparação ao desmonte convencional com uso de explosivos. Palavras Chave: Minerador de superfície, calcáreo, lavra a céu aberto ABSTRACT The present work approaches the application of the continuous mining technology in limestone quarriyng at the area of João Pessoa, state of Paraíba. General data of operation, productivity and constructive characteristics of the Wirtgen Surface Miner 2200 SM are presented, in operation at the limestone mining in Paraíba, with indication of the applied work methodologies. Other existent technologies are also commented for mechanical dismount of rocks in surface methods. The performance of the Wirtgen 2200 SM equipment is finally presented with practical data picked in the operation in João Pessoa indicating the reached medium productivity and technical results in comparison to the conventional method with use of explosives. Key words: Surface miner, slime, quarrying INTRODUÇÃO O desmonte mecânico de rochas com o uso de mineradores de superfície pode ser aplicado nos setores de mineração, escavação de terra e construção civil. O uso de mineradores de superfície na mineração permite o desmonte de rochas sem o emprego de explosivos, possibilitando a mineração em locais próximos a zonas urbanas. Essa tecnologia aplica-se na mineração seletiva de camadas delgadas ou inclinadas produzindo fragmentos de rocha de pequeno tamanho. Nas operações de escavação de terra obtêm-se taludes precisos e estáveis no corte de estradas, túneis, trincheiras, rampas, etc (Wirtgen, 2002). Os principais benefícios alcançados na utilização de mineradores de superfície em mineração estão relacionados com a substituição das operações de perfuração, detonação, carregamento e britagem primária pela operação de corte, que traz as seguintes vantagens: • • • aumento da capacidade total do sistema redução no custo operacional várias operações executadas por um único equipamento possibilitando uma coordenação, planejamento, despacho e manutenção mais fáceis. PRINCIPAIS APLICAÇÕES As principais aplicações já testadas para os mineradores de superfície, que apresentaram um bom desempenho técnico e econômico são (Wirtgen, 2002): 1. Mineração seletiva de camadas delgadas ou perturbadas devido ao controle preciso da altura de corte para produção de carvão, fosfato e gipsita. Pode ser aplicado também no decapeamento de coberturas não plásticas. 2. Explotação de material e cominuição sem necessidade de explosivos evitando problemas de vibrações, lançamento de rochas (“fly rock”) e reduzindo o pó e poeira oriundos das detonações. Partículas de pequena granulometria são obtidas diretamente no corte não sendo necessária a britagem primária, o material sendo posteriormente transportado através de correias. 3. Possibilidade de corte preciso de trincheiras, superfícies e rampas em calcáreo, granito intensamente fraturado e outros materiais de resistência média a alta sem necessidade de detonação, permitindo a obtenção de superfícies estáveis e com os perfis projetados. A granulometria fina do material cortado permite o seu emprego como cascalho. 4. Na reabilitação de estradas pode-se usar o equipamento para manter a superfície de estradas existentes sobre rochas virgens em cavas a céu aberto ou subterrâneas. Como a superfície gerada é bastante plana e estável permite tráfego intenso, alta velocidade de translado, redução no consumo de pneus e combustível e melhoria nas condições de segurança. PROPRIEDADES FÍSICAS DAS ROCHAS A performance do equipamento, consumo de ferramentas de corte e a operação econômica dos mineradores de superfície são afetadas significativamente pelas propriedades mecânicas da rocha a ser cortada. As principais propriedades mecânicas que afetam a performance do corte são: • • • • Resistência a compressão uniaxial e resistência à tração Abrasividade Estrutura da rocha (número, distância e direção das fraturas) Plasticidade da rocha Em geral os mineradores são capazes de cortar rochas com resistência à compressão simples entre 10 e 80 MPa e em certas circunstâncias (material altamente fraturado) até mesmo material mais rígido pode ser cortado economicamente. O quadro abaixo, obtido junto a um fabricante de equipamentos, dá uma idéia inicial sobre o rendimento possível de ser obtido no corte com diferentes modelos de minerador de superfície (Wirtgen, 2002). Potência Largura 600 kW 2,20 m 790 kW 2,50 m 1.195 kW 3,70 m 1.195 kW 4,20 m Branda Rija Muito rija Gráfico 1) Rendimentos no corte com mineradores de superfície Wirtgen Densidade: 1,3 t/m³ para óc = 10 MPa 2,5 t/m³ para óc entre 50 e 80 MPa MINERADORES DE SUPERFÍCIE Atualmente existem quatro grandes fabricantes de mineradores de superfície no mundo, com equipamentos em operação comercial em diversas aplicações em rochas de resistência branda a média tais como fosfato, calcáreo e gipsita (Woof, 2003). A empresa MAN TAKRAF fabrica o modelo MTS 250, que está em operação no Uzbequistão desde 2002 operando em mina de fosfato, possuindo uma potência total de 740 kW e capacidade de 500 a 700 ton/h com largura de corte de 3,75 m e profundidade de 800 mm (Woof, 2003). A empresa italiana Bitteli, controlada pela Caterpillar, possui uma grande população de máquinas em operação, em especial nos mercados da Índia e Europa. O modelo SF 202s fabricado pela empresa, está operando com sucesso em minas de calcáreo da Índia nos últimos três anos alcançando produções da ordem de 220 a 250 ton/h em material com óc = 35 MPa, com largura de corte de 2,2 m e profundidade máxima de 600 mm (Woof, 2003). A Wirtgen alemã é a líder mundial no mercado de mineradores de superfície produzindo 4 modelos de série com bits convencionais e comando mecânico do tambor de corte. Os modelos têm peso na faixa de 48 a 191 ton com motores de 600 a 1.195 kW de potência, permitindo larguras de corte entre 2,2 e 4,2 m e profundidades máximas entre 300 e 800 mm. Esses equipamentos mostram grande viabilidade econômica no corte de calcáreo, fosfato e carvão (Woof, 2003). A empresa americana Vermeer está desenvolvendo os modelos Terrain Leveler T 1255 de 100 ton e T 1055, cuja tecnologia baseia-se nos tradicionais modelos de abertura de trincheiras da empresa. Por utilizar a tecnologia de corte tipo “top-down”, os cortadores possuem grande penetração nas rochas com resistência até 130 Mpa (Woof, 2003). Existem hoje cerca de 9 unidades em operação nos Estados Unidos em diversas condições de mineração, em especial na lavra de gipsita, calcáreo e decapeamento de coberturas competentes. Em aplicação em calcáreo na República Dominicana o modelo T 1255 apresentou taxas de produção da ordem de 300 a 400 ton/h, com larguras de corte entre 3,4 a 3,7 m e profundidade máxima de 610 mm (WME, 2003). CARACTERÍSTICAS DO MINERADOR DE SUPERFÍCIE WIRTGEN 2200 SM Na lavra de calcáreo em João Pessoa – PB, na Mina da Graça, pertencente ao grupo CIMPOR está sendo utilizado um minerador de superfície marca Wirtgen modelo 2200 SM, em operação desde o ano de 2003 e com resultados bastante animadores em termos de produtividade, custos e aspectos ambientais, segundo a empresa mineradora e o fabricante do equipamento. Pelas informações da empresa fabricante do equipamento essa é a primeira aplicação em escala industrial na América do Sul. O minerador de superfície 2200 SM é projetado para lavra de minerais industriais e foi selecionado para explotação de calcáreo na zona urbana devido as seguintes razões: • • • • A lavra é executada muito próximo a prédios residenciais (cerca de 300 m), que estariam sujeitos aos transtornos decorrentes das vibrações e ruídos gerados nas detonações. O uso de explosivos é proibitivo também devido ao risco de lançamento de fragmentos de rocha (“fly rock”) que poderiam atingir a área habitada próxima a cava. Haja visto a granulometria obtida no corte com o minerador de superfície pode-se dispensar a britagem primária, a qual era realizada por um britador móvel de martelos, de alto custo operacional e que já estava obsoleto e necessitando substituição. A produtividade projetada do equipamento, e efetivamente obtida nos testes de operação, mostrou-se compatível com os níveis de produção desejados pelo mercado consumidor da matéria-prima explotada na mina. Os principais componentes do minerador de superfície Wirtgen 2200 SM pode ser visualizado na figura 1 a seguir, onde são mostrados os principais constituintes do equipamento. Entre esses se destacam os seguintes dispositivos: • • • • Motor diesel: transmite a potência ao tambor de corte através de correias em V e possibilita a operação sem necessidade de fonte de energia externa. Tambor de corte: localizado no centro da máquina entre as quatro esteiras, perto do centro de gravidade. O peso da máquina pode assim ser convertido em força de corte. Controle da profundidade de corte: dispositivo de ajuste automático da profundidade de corte regulada por um sistema de nível montado na máquina. A profundidade pode ser pré-selecionada e mantida automaticamente ou pode ser ajustada manualmente. Esteiras: dispositivo para movimentação do equipamento em número de quatro, ajustáveis na altura e com velocidade variável. Figura 1) Componentes do minerador de superfície (Manual de produção, Wirtgen, 2002) A minerador Wirtgen 2200 SM basicamente consiste de uma máquina a diesel montada sobre 2 conjuntos de esteiras, possuindo em sua parte inferior um tambor rotativo com 76 ponteiras responsáveis pela fragmentação da rocha, que pode ser alçada por um sistema de correias transportadoras montadas em uma lança instalada em sua parte frontal, dependendo do método de trabalho utilizado. Possui ainda um sistema de circulação de água, que faz passar a água pelo tambor e pela correia transportadora, de modo a evitar o levantamento de poeiras. O princípio de operação do equipamento é o da mineração contínua com desmonte mecânico do material. Durante o translado do equipamento, um tambor rotativo, equipado com bits de carbeto de tungstênio, que executa a operação de corte e cominuição do material até um tamanho compatível com correias transportadoras. O tambor opera com direção de corte para cima (“upward direction”). As ferramentas de corte são montadas no tambor de corte na forma helicoidal e impulsionam o material para o centro do tambor em sua parte posterior onde o mesmo é transportado para a correia de descarga através de uma correia transportadora primária, conforme pode ser visto na figura 2 (Wirtgen, 2002). Figura 2) Princípio de operação do Surface Miner (Manual de produção, Wirtgen, 2002) MÉTODOS DE OPERAÇÃO Modo de colheita – método das fatias (Harvesting Mode – Slice Method) Nesse método o minerador de superfície Wirtgen opera num determinado campo de trabalho e corta continuamente o material em fatias paralelas com formato elíptico e profundidade de corte pré-definida. Na parte central do campo de explotação são executados cortes paralelos retilíneos conforme mostra a figura 3. Figura 3) Método das fatias (Manual de produção, Wirtgen, 2002) Operação em blocos com corte de rampas (Block operation with ramps cutting) Esse método é utilizado para integrar o minerador de superfície a minas já existentes que usaram operações convencionais de perfuração e detonação em bancadas, conforme pode ser visualizado na figura 4. Figura 4) Operação em blocos com corte de rampas (Manual de produção, Wirtgen, 2002) Enquanto está cortando o bloco até o nível planejado o minerador também corta a sua própria rampa. Após completar o corte do primeiro bloco, o próximo bloco pode ser iniciado adjacente ao primeiro. Como a movimentação entre bancadas adjacentes é difícil e consome muito tempo recomenda-se a aplicação de duas alternativas de operação: 1 2 Girar a máquina em uma área apropriada fora da rampa (essa área será minerada após, junto com a bancada). Reverter a máquina após terminar o primeiro corte e reposicioná-la no corte adjacente. Operação em cortes paralelos (open cut) A operação tipo “open cut” é observada na figura 5. Dependendo do comprimento e largura do corte o minerador de superfície pode girar no final de cada corte ou voltar vazio e começar o próximo corte no mesmo lado da área como no corte prévio. Figura 5) Seqüência de cortes paralelos (Manual de produção, Wirtgen, 2002) CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DOS MINERADORES WIRTGEN Para realizar o giro em raios pequenos o tambor de corte deve ser elevado, deixando de cortar. Para um giro em raios maiores pode-se deixar o tambor cortando simultaneamente. Como regra geral o raio de giro dever ser maior que 12 vezes a largura de corte. O raio de giro que pode ser aplicado depende entre outros fatores do material que está sendo minerado e profundidade de corte. Quanto mais resistente o material menor deve ser a profundidade de corte. Os equipamentos possuem habilidade para realizar o corte com inclinações transversal e longitudinal. O limite de inclinação transversal é de cerca de 8% enquanto que a inclinação longitudinal pode chegar a 20%. O corte em condições inclinadas reduz a capacidade de produção do minerador, dependendo do grau de inclinação e material minerado. PRODUÇÃO EFETIVA A produtividade do minerador também depende do comprimento da área de trabalho. Quanto maior o comprimento de corte maior é a produtividade pois se reduz o tempo gasto em manobras de um corte para outro. A velocidade de corte depende principalmente da profundidade deste, resistência e estrutura do material, tipo de equipamento e potência instalada. O gráfico 2 apresenta o comportamento da produção efetiva em relação ao comprimento do corte. Em operações padrão a área de corte mínima deve ser de 100 m para materiais rígidos (pequena velocidade de avanço) até 300 m para materiais brandos (alta velocidade de translado). COMPRIMENTO DO CAMPO DE EXPLOTAÇÃO Gráfico 2) Estimativa de produção x comprimento (Manual de produção, Wirtgen, 2002) A performance de corte do minerador de superfície também é afetada significativamente pelos seguintes parâmetros da máquina: • • • • • • • Tipo de ferramenta de corte (bits) Tipo de apoio da ferramenta de corte Número de bits no tambor rotativo (espaçamento) Ângulo de ataque das ferramentas Velocidade de rotação do tambor de corte Profundidade de corte Velocidade de avanço da máquina MÉTODOS DE CARREGAMENTO DO MATERIAL DESMONTADO As opções de carregamento do material desmontado pelo minerador de superfície Wirtgen 2200 SM pode ser através do carregamento direto de caminhões com o uso de correia transportadora de descarga ou o carregamento indireto e deposição temporária em pilhas no piso da cava. A figura 6 mostra esquematicamente as opções de carregamento possíveis de serem aplicadas na operação do minerador de superfície. Carregamento direto de caminhões Frontal (front) Lateral (rear) Carregamento indireto Posterior (windrow) Lateral (sidecast) Figura 6) Métodos de carregamento do material (Manual de produção, Wirtgen, 2002) O carregamento direto de caminhões pode ser observado na figura 7 e apresenta a vantagem de não exigir a retrabalho do material desmontado mas exige maior área para manobra dos caminhões, ocorre desgaste da correia de descarga e a produção fica dependente da disponibilidade de caminhões para serem carregados. Figura 7) Carregamento direto de caminhões – método frontal O carregamento indireto lateral, como mostrado na figura 8, pode ser usado para blendar material na própria cava, formar estoques de minério na mina e não precisa esperar a presença de caminhões para produção. Entretanto a produção limita-se a 3 ou 5 cortes de cada lado da pilha formada, o material tem de ser retrabalhado por uma máquina de carregamento convencional e o material tende a absorver água quando depositado no piso da cava. Figura 8) Carregamento indireto – método lateral No carregamento através do método windrow (posterior), como mostrado na figura 9, também não se necessita de caminhões para produção, as taxas de produção são maiores do que com o uso de correias, o material pode ser mais graúdo e possibilita uma melhor seletividade em camadas inclinadas. Entretanto necessita de grandes áreas de explotação, o material tem de ser retrabalhado por uma pá-carregadeira ou “scrapper” e também tende a absorver água quando depositado no piso da cava. Figura 9) Carregamento indireto – método windrow DADOS TÉCNICOS DO MINERADOR DE SUPERFÍCIE WIRTGEN 2200 SM Os dados técnicos apresentados a seguir correspondem ao equipamento atualmente em uso na mineração de calcáreo na Mina da Graça em João Pessoa - PB e foram retirados do manual Wirtgen Surface Mining, edição 2002. Largura de corte máxima Profundidade de corte Diâmetro do tambor de corte com ferramentas Inclinação máxima do tambor de corte Motor Potência Consumo de combustível carregado Velocidade de translado Peso bruto da máquina Largura das correias Capacidade de descarga das correias 2.200 mm 0 – 350 mm 1.140 mm 5° Caterpillar 3412E 800 HP 150 lt/h 0 – 5 km/h 44.500 kg 1.100 mm 668 m³/h Figura 10) Dimensões do minerador de superfície Wirtgen 2200 SM PERFORMANCE OBTIDA NA OPERAÇÃO EM JOÃO PESSOA – PB Os dados obtidos junto as empresas CIMEPAR e GEOFOCUS que estão operando o minerador de superfície Wirtgen 2200 SM na Mina da Graça (calcáreo) em João Pessoa PB indicam uma excelente produtividade do equipamento, obtendo-se em decorrência custos unitários reduzidos quando comparados ao desmonte convencional com emprego de explosivos. Os dados de testes de operação indicam uma eficiência do equipamento da ordem de 85%, eficiência operacional de 80% e eficiência total de 70%. Como exemplo pode-se citar o teste 2 onde foram programadas 74,33 h de operação tendo-se obtido no final 51,89 h efetivas de corte, 10,77 h de paradas para manutenção e 11,68 h de paradas operacionais. A produção obtida no teste foi de 14.270 m³ o que nos fornece uma performance de corte de 275 m³/h e uma produção efetiva de 431,96 ton/h. O material lavrado apresenta em média uma resistência à compressão de 20 MPa e resistência à tração de 1,50 MPa (ensaios realizados na Universidade Federal de Pernambuco). Nos testes de operação na Mina da Graça foram utilizados os métodos de carregamento direto de caminhões, carregamento indireto lateral (sidecast – figura 11) e carregamento indireto posterior (windrow – figura 12) tendo-se obtido a melhor performance com a última alternativa. Com esse tipo de carregamento tem-se uma produtividade média de cerca de 450 ton/h no corte. Entretanto existe a necessidade de posterior carregamento do material desmontado por pá-carregadeira e transporte por caminhões. Figura 11) Minerador 2200 SM operando em modo sidecast durante testes na Mina da Graça Figura 12) Minerador 2200 SM operando no modo Windrow durante testes na Mina da Graça Além da vantagem econômica, o emprego desse equipamento vem viabilizando a operação em áreas anteriormente problemáticas em função da proximidade de habitações, que impediam o uso de explosivos. Dessa forma é possível aumentar-se consideravelmente as reservas explotáveis, a um custo extremamente competitivo. CONCLUSÕES Os resultados obtidos na operação do minerador de superfície Wirtgen 2200 SM em João Pessoa – PB mostram sua viabilidade técnica e econômica no desmonte de rochas brandas (calcáreo) em zonas urbanas. A utilização do minerador de superfície possibilitou a explotação de material em condições críticas para o emprego de desmonte convencional com explosivos em função da proximidade de habitações e mostrou ser uma ótima opção de lavra nessas condições, para rochas de baixa resistência mecânica. Pode-se estimar uma produtividade média de cerca de 450 ton/h para o minerador Wirtgen 2200 SM nessas condições de mineração, com uma eficiência operacional da ordem de 70%, sendo esses valores compatíveis com os dados fornecidos pela empresa fabricante do equipamento. Esses valores são válidos para o material desmontado (calcáreo) com os seguintes parâmetros de resistência mecânica: resistência à compressão uniaxial de 20 MPa e resistência à tração diametral de 1,50 MPa. Essa produtividade é obtida com o método de carregamento tipo Windrow necessitando que o material cortado pelo minerador seja posteriormente retrabalhado por pá carregadeira e transportado até a indústria por meio de caminhões. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a empresa CIBER, representante nacional do Grupo Wirtgen, pelo apoio e fornecimento dos manuais de produção e dados técnicos do minerador 2200 SM e as empresas CIMEPAR e GEOFOCUS pela disponibilização dos dados de operação na mina de calcáreo da Graça em João Pessoa - PB . BIBLIOGRAFIA Wirtgen. (2002) Surface Mining Manual. Edition 2002. 50 pp. Woof, M. (2003) Surface cuts. World Mining Equipment, vol 27 n° 10. pp 35 – 38. Woof, M. (2003). MAN for all seasons. World Mining Equipment, vol 27 n° 7. pp 26 – 28. WME (2003). World Mining Equipment, vol 27, n° 1. pp 2